Jairo Manhães sugere que não é preciso ser pastor para batizar.
Jairo Manhães sugere que não é preciso ser pastor para batizar.
Publicado em 23/06/2025 14:10
MUNDO GOSPEL
Jairo Manhães sugere que não é preciso ser pastor para batizar.

O pastor Jairo Manhães, marido da cantora gospel Cassiane, sacudiu as redes sociais ao publicar uma reflexão intitulada “João Batista não era pastor”. Na mensagem, ele ressalta que, mesmo sem ocupar o cargo pastoral, João batizava multidões — comentário entendido por muitos internautas como um respaldo indireto ao coach Pablo Marçal, que também realiza batismos sem ter ordenação clerical.

Argumentos do pastor

Manhães explica que, nos dias de João, não existiam congregações cristãs organizadas; a Igreja só nasceria após a ressurreição de Jesus, no episódio de Pentecostes (At 2). Por isso, João seria o último profeta da Antiga Aliança (Lc 16:16), incumbido de “preparar o caminho” para o Messias, conforme Isaías 40:3 e Malaquias 3:1. Sua autoridade, sustenta o pastor, vinha diretamente de Deus e não de qualquer denominação humana.

 

O batismo praticado por João — um rito de arrependimento (Mt 3:11) — antecedia o batismo trinitário instituído por Cristo após a ressurreição (Mt 28:19). Ainda assim, Jesus não só validou o ministério do profeta, como se submeteu ao seu batismo (Mt 3:13-17) e o elogiou publicamente: “Entre os nascidos de mulher, ninguém foi maior do que João Batista” (Mt 11:11).

Repercussão e questionamentos

Nas redes, a postagem dividiu opiniões. Enquanto alguns viram apoio à prática de Marçal, outros cobraram esclarecimentos sobre quem pode, de fato, batizar hoje. “Depois de João, vale tudo? Qualquer um pode se autodenominar profeta e dispensar a igreja?”, indagou um seguidor.

Para Manhães, a discussão é menos sobre títulos e mais sobre propósito: João tinha uma missão transitória, ligando o Antigo ao Novo Testamento. Já no contexto atual, o pastor sugere que a legitimidade continua vindo de Deus — mas admite, nas entrelinhas, que o tema segue aberto a interpretações.

 

O episódio reacende um debate antigo dentro do meio evangélico: a quem pertence a autoridade para ministrar sacramentos como o batismo? Enquanto uns defendem que apenas pastores ordenados podem exercer essa função dentro da estrutura eclesiástica, outros argumentam que o chamado divino pode se manifestar fora dos padrões institucionais. A fala de Jairo Manhães, ainda que não mencione nomes diretamente, acaba colocando o dedo na ferida ao desafiar a rigidez hierárquica de muitas denominações e provocar reflexões sobre a essência do ministério cristão.

 

 

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