Bola de Neve realiza “Arraiá Gospel” divide opiniões no meio cristão.
O encontro, promovido como uma confraternização da comunidade ganhou o nome de “Arraiá dos Santos”.
Publicado em 13/06/2025 14:38
MUNDO GOSPEL
Bola de Neve realiza “Arraiá Gospel” divide opiniões no meio cristão.

A unidade da Bola de Neve Church em Santo André realizou recentemente um evento com clima de festa junina, incluindo decoração típica, roupas caipiras e aquele tradicional ambiente de arraial. O encontro, promovido como uma confraternização da comunidade ganhou o nome de “Arraiá dos Santos” .

Apesar do tom leve e festivo, a iniciativa reacendeu uma polêmica antiga dentro do meio evangélico: cristãos devem participar — ou adaptar — festas de origem secular ou pagã? Para alguns, a resposta é sim, desde que haja ressignificação e o foco seja comunhão. Para outros, qualquer associação com práticas culturais que tenham raízes não cristãs comprometeria o testemunho da igreja.

O assunto divide opiniões, principalmente quando envolve símbolos populares como as festas juninas, tradicionalmente ligadas a santos da igreja católica e com elementos de sincretismo cultural.

Ao trazer essa estética para dentro do templo — ainda que com nova roupagem — o tema volta ao centro do debate: festa ou concessão? Evangelização ou mundanismo disfarçado?

A Bola de Neve já é conhecida por realizar festas juninas há alguns anos, sempre com o objetivo de promover comunhão entre os membros e atrair visitantes em um ambiente leve e acolhedor.

Além disso, a igreja também chama atenção por iniciativas pouco convencionais no meio evangélico: um exemplo é a bateria de escola de samba formada por membros da própria congregação, que participa ativamente do Carnaval com o propósito de evangelizar em meio à folia. Essas ações fazem parte de uma estratégia da igreja de ocupar espaços culturais populares com uma abordagem cristocêntrica, algo que, inevitavelmente, gera admiração em uns e críticas ferrenhas em outros.

As ações da igreja levantam questionamentos sobre os limites entre contextualização e concessão. Para alguns líderes mais conservadores, adotar elementos de festas como o Carnaval ou as festas juninas seria um risco de diluir os princípios bíblicos em nome da “relevância cultural”.

Já os defensores dessas iniciativas argumentam que é justamente nesse tipo de ambiente que o evangelho precisa ser anunciado, usando a linguagem e os símbolos que fazem parte da realidade das pessoas. No fim, a discussão revela mais do que uma simples diferença de opinião: escancara a tensão entre tradição e inovação dentro da igreja contemporânea.

 

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