MENU

Renato Gaúcho pediu demissão do Fluminense. A decisão foi anunciada pelo próprio técnico durante entrevista coletiva após o empate por 1 a 1 com o Lanús (ARG), que selou a eliminação tricolor nas quartas de final da Sul-Americana, no Maracanã. Antes, o treinador respondeu a todas as perguntas.
O comandante foi xingado após o apito final e chamado de “burro” pela torcida presente nas arquibancadas. Na coletiva, ele chegou a comentar as críticas: “Hoje em dia, nada mais me surpreende. Dentro e fora do campo, justamente por isso. Pelas redes sociais. Hoje, todos são treinadores, opinam e não entendem nada. Não são todos, mas muitos não entendem nada. E quem paga o pato são os treinadores e os jogadores. Acabou o futebol com as redes sociais. É uma guerra de críticas. Ninguém é bom”.
“Quando ganha, tem alguns elogios. Quando perde, todos são ruins. O futebol já caminhou para um caminho que infelizmente todos nós estamos perdendo. O futebol está no finalzinho. Essa é uma opinião minha”, complementou Renato Gaúcho.
Na última pergunta, o técnico revelou que havia pedido para sair no vestiário: “Eu nem deveria estar falando isso com vocês, quem vai se manifestar é o presidente. Eu acabei, antes de vir para cá, de pedir demissão. Então, a partir de agora, vai estar outro cara aqui, vocês vão fazer as mesmas perguntas para ele e eu quero ver as respostas que ele vai dar. Quero ver se ele vai colocar o time que o torcedor quer ou o time da cabeça dele”.
Técnico do Liverpool detona atacante expulso após vitória: “Estúpido”
Pause
Unmute
Current Time 0:11
/
Duration 1:37
Fullscreen
“Sempre procurei fazer o melhor possível pelo clube, em todos os sentidos, em todas as competições. Infelizmente nós saímos hoje de uma competição, mas estamos muito bem no Campeonato Brasileiro e muito bem na Copa do Brasil. Se o Fluminense estivesse mal no Brasileiro, eu não estaria saindo. Como o Fluminense está bem, vou sair para descansar a cabeça e deixar alguns gênios da internet continuarem falando de futebol, já que entendem para caramba”, disse.
Renato Gaúcho chegou ao Fluminense em abril deste ano. Desde então, o Tricolor disputou 40 jogos, com 21 vitórias, oito empates e 11 derrotas. Marcão assumirá o comando da equipe de forma interina.
Leia a nota oficial do Fluminense:
“O Fluminense FC informa que Renato Gaúcho não está mais à frente do comando técnico da equipe. O treinador pediu desligamento após a partida desta terça-feira (24/09).
Também deixam o clube os auxiliares Alexandre Mendes e Marcelo Salles. O clube agradece aos profissionais por toda a dedicação empenhada ao longo do trabalho e deseja sucesso na sequência de suas carreiras.
O auxiliar-técnico permanente Marcão assume o time de forma interina”.
Confira outras respostas de Renato Gaúcho na coletiva
. Análise do jogo: “Nós dominamos o primeiro tempo, fizemos o gol e criamos algumas oportunidades para fazer o segundo. Infelizmente, não fizemos e caímos de rendimento no segundo tempo. É o desgaste do time. Mesmo assim, o jogo estava controlado. Tomamos o gol em um contra-ataque. Tentamos ir para dentro, fiz algumas substituições, coloquei mais atacantes, mas não conseguimos fazer o gol”.
. Saída de Hércules: “Ele não conseguia ficar em pé no intervalo do jogo. Essas informações quem tem é o treinador. Ele pediu para sair de novo, porque não aguentava ficar em pé, cheio de gelo. Eu não queria tirar o Hércules, mas precisei tirar por isso”.
. Substituições: “Saiu o Hércules porque pediu. Tirei o Everaldo porque não estava bem, e coloquei o Cano. No segundo tempo, tomamos o gol e coloquei John Kennedy e Keno, para abrir a defesa. Depois, tirei o Canobbio, que não aguentava mais e coloquei o Riquelme, mais um do drible. Pensei em colocar o Soteldo, que está aqui há um mês e ninguém gosta. O cara é titular da seleção venezuelana, foi o único jogador que pedi para o Fluminense trazer. Ele entrou em dois jogos, o Fluminense perdeu os dois e as pessoas estão o culpando. Onde vamos parar com o futebol? Não é aqui, é em todo lugar. Os treinadores não têm mais paciência. Quando esses treinadores mais antigos pararem, aí de repente vocês começam a valorizar bem quem está começando, com novas ideias. Hoje em dia ninguém é bom, infelizmente”.
. Queda precoce e diferença de investimento: “Se você vai por esse lado aí, com todo o respeito à pergunta… você pega o Flamengo, Palmeiras, mais dois outros clubes ali com dinheiro e coloca pra disputar o Brasileiro apenas entre eles. Se o dinheiro faz a diferença, coloca lá. No Mundial, na hora do vamos ver, você viu o que aconteceu também. Pega um clube que tem dinheiro, em um campeonato longo, uns dois ou três clubes que tem dinheiro, você pode ter certeza que vão brigar pelo título. Não tenha dúvida. Você pode empatar aqui, perder outro jogo lá, mas no final das contas, esses times que investiram muito vão disputar o título”.
“Só você ver o que acontece no Brasileiro todos os anos. Começou o Campeonato Brasileiro, Flamengo e Palmeiras são os favoritos para ganhar o título. Por quê? Campeonato longo. Nos outros campeonatos, mata-mata, tudo pode acontecer, como aconteceu hoje. Jogamos bem lá na Argentina, jogamos melhor aqui hoje e perdemos o jogo. Fazer o quê? Eles tiveram duas oportunidades e fizeram o gol, nós tivemos algumas oportunidades e não fizemos o gol. Eu costumo falar que futebol é bola na rede, eles fizeram o gol, que importaram pra eles, nós conseguimos fazer apenas um, empatamos e saímos”.
. Everaldo entre os titulares: “Vocês acham que o treinador de futebol está no clube trabalhando para pensar e ele vai fazer a coisa errada? Eu vou explicar o que acontece com o Everaldo e com o Cano. O futebol hoje em dia tem uma bola parada, tanto ofensiva quanto defensivamente. São importantes os jogadores que têm um bom cabeceio. O Everaldo é um cara que não aparece para a torcida, mas ele aparece muito para o time, tanto na parte ofensiva quanto na parte defensiva. Não está fazendo gols, acontece. Mas, no geral, ele contribui bastante, é um jogador que sabe fazer um pivô lá na frente. Ele tem as características totalmente diferente das do Cano”.
“No meu entender, o Everaldo se encaixa melhor no meu esquema de jogo. Simples, nada contra o Cano. Você falou assim ‘o Everaldo joga as principais partidas das Copas’, eu acho que o principal campeonato que o clube disputa é o Campeonato Brasileiro, e quem joga Campeonato Brasileiro é o Cano. Então deixa os dois jogarem. Torço muito para que tanto um quanto o outro façam gols. Agora, se o treinador começar a botar em campo, toda vez que o torcedor quer um jogador, aí vai ficar difícil. Fica difícil do treinador trabalhar. São as escolhas, que o torcedor gosta de um jogador ou de outro, e o treinador vê o que é melhor para o clube. Eu sempre vejo o que é melhor pro clube. Posso errar, posso errar sim, eu sou humano, mas é difícil. É difícil porque eu trabalho com os jogadores no dia a dia, eu sei da capacidade de cada um. É a minha opinião, talvez outro treinador tenha outra posição”.
. Opção por Lucho Acosta: “Hoje o Lucho está bem mais consciente do futebol brasileiro, conhece bem os companheiros. Da mesma forma que eu estou tendo cuidado com o Santi – inclusive, enquanto esteve em campo, ele fez uma boa partida. Na minha opinião, o Bahia é melhor que o Lanús. Na minha opinião, pelo menos. Nós eliminamos o Bahia, infelizmente caímos para o Lanús. Futebol é isso Eliminamos dois concorrentes que, na minha opinião, são mais fortes que o Lanús na Sul-Americana e saímos de uma competição em que tínhamos todas as condições de passar e chegar numa final. Eu coloquei o time para frente porque a gente precisava abrir a defesa deles. Eu sabia que eles iam se fechar, tanto é que coloquei o Kennedy de um lado e o Riquelme do outro. Tinha que sacrificar alguém no meio. Simplesmente por isso”.
(Fonte: Site O Dia 24/09/25)