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Um menino de 7 anos, identificado como Samuel Costa, foi atingido por uma bala perdida, nesta quinta-feira (14), no interior de um colégio em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.
O caso aconteceu na Escola Municipal Professora Marisa Vargas Menezes, enquanto a turma da criança participava de uma aula de educação física.
Carlos César, pai do menino, contou que o filho foi baleado por volta das 11h35, próximo ao fim da última aula do dia.
“Meu filho pega de 7h30 até 11h40. Quando foi 11h35, terminando a última aula de educação física na quadra, ele recebeu um tiro de uma bala perdida vindo da região de mata, lá do Gardênia Azul. Prontamente, o pessoal da escola entrou em contato comigo. Só que eu já se encontrava na escola, porque o confronto começou às 10h30 da manhã, eu comecei a ouvir os tiros, então me antecipei para buscar o menino. Foi nesse horário, quando eu cheguei aqui, falaram que ele foi alvejado”, disse.
Ao ver o filho baleado, Carlos o pegou no colo e levou até a unidade da Clínica da Família perto da escola onde ocorreu o incidente. De lá, a criança precisou ser transferida.
“Imediatamente eu peguei ele nos braços, corri para a Clínica da Família, que da escola até lá deve ser uns 250 metros. Saí desesperado com ele, quando chegamos na Clínica da Família foram feitos os primeiros socorros e depois de uma hora e meia, até demorou, mas chegou a ambulância e levou ele para a emergência do Lourenço Jorge, aonde ele foi prontamente atendido com excelência”, explicou.
Samuel foi atingido na nádega direita e a bala atravessou pela virilha, atingindo de raspão a região íntima. De acordo com o pai, o projétil não acertou nenhum órgão vital e não foi necessário a realização de uma cirurgia.
“Quando ela [a bala] entrou e saiu, não fez tanto estrago, graças a Deus. Ela fez três buracos, um na nádega, um na virilha e um na região íntima do meu filho. Então o médico optou por suturar, deixou um pouquinho aberto”, explicou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), não havia nenhuma operação em curso ou tiroteio acontecendo no momento em que o menino foi baleado. Após ser atingido, representantes da SME o encaminharam para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde recebeu atendimento e, posteriormente, alta médica.
O pai do menino ainda relatou que a família está com o psicológico abalado após o ocorrido, mas que espera que a justiça seja feita.
“A família está com o psicológico abalado, a gente nunca pensava que a criminalidade, a violência entrasse dentro de uma escola, um lugar que a gente acreditava que os nossos filhos estavam seguros e caiu por terra. Eu espero que a justiça seja feita, sei que vai ser difícil, porque ninguém sabe de onde essa bala veio, mas está na mão da polícia e primeiramente na mão de Deus”, expôs.
Segundo ele, a criança está se sentido insegura para voltar à escola e questionando o motivo pelo qual foi baleada.
“Ele está bem, mas não quer vir mais para escola, toda vez que falamos que vai para escola, ele chora e fala: ‘pai, não quero morrer. Pai, não sou bandido. Pai, por que essa bala pegou em mim?’. É uma criança de 7 anos”, desabafou.
Procurada, a Polícia Militar afirmou que não houve acionamento para o fato. Já a Civil informou que diligências estão em andamento para identificar a autoria e apurar as circunstâncias do fato. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca), na manhã desta sexta-feira (15), e será encaminhado para a 32ª DP (Taquara).
Em nota, a Prefeitura do Rio lamentou “que episódios de violência como este impactem as escolas, que deveriam ser locais de paz e aprendizagem”.