Um vídeo gravado em Balneário Camboriú (SC) tem chamado atenção nas redes sociais neste mês de julho. Nas imagens, membros da igreja We Are Reino aparecem participando de um mutirão para tatuar no pulso a referência “Mt 24:14”, em alusão ao versículo de Mateus que trata da pregação global do evangelho: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações; então virá o fim”.
A iniciativa foi recebida com reações divididas no meio cristão. Enquanto alguns fiéis celebraram a ação como um ato de fé e compromisso com a missão, outros levantaram críticas, citando o versículo de Levítico 19:28, frequentemente utilizado para reprovar tatuagens. Já os defensores da prática argumentam que o texto do Antigo Testamento se refere a rituais pagãos da época e não tem relação com tatuagens contemporâneas com significado espiritual.
A We Are Reino é uma extensão da Reino Church, igreja fundada pelo pastor Eduardo Reis durante a pandemia e que tem se destacado por atrair jovens e desigrejados com uma abordagem contemporânea e fora dos padrões tradicionais. Os cultos ocorrem em ambientes escuros, com iluminação de LED, estética moderna e linguagem visual que remete à cultura pop e à experiência de eventos.
Além da identidade visual arrojada, a igreja oferece café, água saborizada e soda italiana antes e depois das celebrações. Os ministérios recebem nomes em inglês e a comunicação é voltada para o público digital — estratégia que tem dado resultado: só no Instagram, a igreja acumula mais de 150 mil seguidores.
De acordo com os líderes da We Are Reino, a proposta não é chocar, mas alcançar um público que se afastou da fé ou nunca se identificou com o modelo tradicional de igreja. O uso de recursos visuais, da cultura urbana e da linguagem jovem faz parte do esforço para tornar a mensagem do evangelho mais acessível às novas gerações.
Apesar da controvérsia, a ação com as tatuagens reforça a proposta da igreja de ser um espaço onde a estética moderna caminha junto com a missão evangelística. O versículo escolhido — que fala da propagação do evangelho antes do fim dos tempos — parece sintetizar essa visão.
